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Sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Caixa financiará imóvel em até 30 anos

Valor das prestações diminuirá e juros cobrados nas operações terão que ser menores

A Caixa Econômica Federal anunciou ontem conjunto de medidas para facilitar a concessão de financiamentos para a compra de imóveis novos e usados. A principal alteração foi o aumento dos prazos dos empréstimos de 20 para 30 anos.

A elevação, de acordo com o vice-presidente de Governo da Caixa, Jorge Hereda, abrirá espaço para uma queda do valor das prestações pagas pelos mutuários.

"Quanto maior o prazo de financiamento, mais fácil fica para o cliente pagar suas prestações." No próximo mês, o banco passa a usar o novo prazo para todos as operações com recursos da poupança, o chamado SBPE (Sistema Brasileira de Poupança e Empréstimo). Nesse segmento, a Caixa tem 37% de todas as operações no Brasil. Espera-se que a mudança dê novo impulso ao mercado de imóveis no País.

Em uma simulação, os técnicos da Caixa estimaram que o valor da prestação de um empréstimo de R$ 80 mil, com o novo prazo de financiamento, poderá cair de R$ 940,25 para R$ 669,21 por mês. Em contrapartida, o mutuário acabará por pagar um valor final mais alto.

"É natural que isso ocorra. Se o prazo é maior, a carga financeira de juros paga também aumenta. Mas o importante é que a prestação passará a caber no orçamento das famílias", argumentou Hereda.

Outra medida foi a criação de uma terceira faixa de valor dos imóveis financiados pelas regras do Sistema Financeiro da Habitação (SFH).

A nova faixa permitirá que os financiamentos com recursos da caderneta de poupança para a aquisição de imóveis entre R$ 130 mil e R$ 200 mil tenham taxas de juros menores.

Com as duas faixas existentes até agora, o mutuário interessado em comprar um imóvel de R$ 130 mil até R$ 350 mil tinha de pagar juros de 12% mais a variação da Taxa Referencial de Juros (TR).

Na nova faixa de R$ 130 mil a R$ 200 mil, a taxa cairá para 10,5% mais a TR. "É uma medida que vai beneficiar a classe média baixa, que é um segmento do mercado em crescimento", disse o vice-presidente da Caixa. A classe média é o setor da população onde o presidente Lula mais vem perdendo popularidade nos últimos meses.

As mudanças entrarão em vigor a partir de 3 de setembro e só vão beneficiar contratos novos.

"As alterações só serão válidas para as novas operações a partir desta data. Não haverá renegociação de contratos antigos para mudar as condições de financiamento", disse o dirigente.

A Caixa Econômica decidiu ainda reduzir em 35% os custos com o pagamento de seguro de imóvel e diminuiu sua taxa de administração de R$ 25 para R$ 21,43.

Hereda disse não acreditar que a ampliação do prazo dos empréstimos possa provocar aumento da inadimplência da carteira de crédito imobiliário da instituição.

"Aumento de prazo, não é risco." A taxa de inadimplência dos financiamentos imobiliários da Caixa está hoje em torno de 5%. "Temos uma taxa menor que os 9% do sistema com um todo." Este percentual, de acordo com técnicos do setor, é excelente em função do histórico do financiamento imobiliário.

O prazo de 30 anos valerá para todas as operações com dinheiro da poupança. No caso dos financiamentos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a ampliação atinge os empréstimos para famílias com renda acima de R$ 1.875 (cinco salários mínimos), que hoje têm prazo de até 20 anos.

Até essa faixa, o prazo subirá para 25 anos. "Neste caso, o prazo será menor porque os riscos são maiores e também o peso dos subsídios é alto", explicou Hereda.

Com a mudança, a Caixa tenta reagir à entrada dos grandes bancos privados, que geralmente dão crédito de 20 anos. Mas há sinais de que os prazos seriam alongados. O Bradesco já anunciou crédito de 25 anos.

A Caixa também anunciou redução dos juros para o financiamento entre R$ 130 mil e R$ 200 mil: a média caiu de 12% para 10,5% ao ano. Outros custos, como seguro e taxa de administração, também caíram. "A novidade é positiva porque permite que mais pessoas possam comprar sua casa", diz o consultor da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação, Rodrigo Santos.

Santos observa que, ainda que o juro tenha caído, o novo prazo significa que o valor pago ao final do contrato cresce. Cálculo feito pelo consultor revela que o mutuário paga o equivalente a cerca de 2,3 vezes o valor do imóvel ao final do financiamento atual - com juro de 12% e 20 anos. Com as novas condições, o pagamento mensal cai, mas o total equivale a quase 4,5 vezes o valor original do imóvel.

Fonte: Jornal do Commercio