Construir ficou muito mais caro no Brasil, muito mais caro do que os índices oficiais de inflação. Não só materiais de construção tiveram os preços reajustados para cima, o que subiu mesmo foi o custo de mão de obra.
Quem recebe comissão não tem do que reclamar. Está sempre tendo venda de material de construção. É um ramo que não para mesmo, diz o vendedor Ednaldo Costa.
Os custos para quem quer construir ou reformar subiram 7,85% em média nos últimos 12 meses de acordo com o Índice Nacional de Custo da Construção, o INCC, divulgado nesta terça-feira (27).
Os materiais ficaram mais caros, mas pesquisando é possível ajustar o orçamento. Agora, o que torna qualquer obra complicada é encontrar pedreiro, encanador, pintor por um bom preço.
A mão de obra é a principal responsável pela alta dos custos da construção. Subiu 11,85% nos últimos 12 meses. No mesmo período, o índice oficial de inflação foi quase a metade: 5,61%.
Você achar um profissional qualificado para essa área de reforma está bem difícil, os preços tão bem altos porque os que têm competência cobram bem caro, explica a analista de recursos humanos, Tatiana Lopes.
Nos últimos anos, a oferta de trabalhadores no setor não acompanhou o aumento da procura.
Você tem um lado as construtoras demandando mão de obra para produção habitacional, produção de infraestrutura e do lado as famílias demandando mão de obra para fazer suas reformas, fala a economista Ibre-FGV, Ana Maria Castelo.
Mais da metade da nova classe média tem planos de reformar nos próximos 12 meses, segundo um estudo do Instituto Data Popular. O setor continua aquecido. O gestor de TI, Cléber Vilela de Souza, passou um ano pesquisando preços e profissionais. Chegou a fazer dez orçamentos e finalmente tomou coragem para encarar a conta. "Às vezes o preço é caro, às vezes a referência não tem, ou tem referências negativas. A gente conseguiu conciliar um cara que faz um serviço bom e rápido, explica Cléber.