Presente no auditório Waldyr Francisco Luciano, do CRECI/MS, na noite de terça-feira, 24 de julho, o prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho (PMDB) falou em primeira mão aos corretores de imóveis presentes sobre novas obras que o executivo pretende lançar, dentre elas o novo terminal rodoviário da Capital. Foi um marco para a entidade. Um público de mais de 200 pessoas compareram ao CRECI, que abriu espaço extra e providenciou um telão para que todos pudessem acompanhar a explanação e o debate com o prefeito. O encontro ocorreu a pedido do presidente do CRECI/MS, Eduardo Francisco Castro.
Depois de apresentar um vídeo institucional com o pacote de 200 obras lançados dentro da programação de comemoração de aniversário de Campo Grande, Trad falou sobre outros grandes projetos que prometem revolucionar o mercado imobiliário da cidade. Um deles é a implantação do novo terminal rodoviário. “Tive bons contatos com a iniciativa privada”, disse Trad, ressaltando que a prefeitura busca formatar um edital para promover uma PPP (Parceria Público Privada). Através deste sistema, o terminal seria explorado pelas empresas que, como contrapartida, fariam os investimentos para concebê-lo. “Não digo o local porque é segredo de Estado”, disse.
De quebra, o prefeito já falou sobre a possível destinação do atual terminal rodoviário que, observou Trad, está inserido em uma área nobre, mas que se vulgarizou: pode vir a ser um restaurante popular.
Três grandes projetos – Trad anunciou durante o evento do CRECI três grandes projetos que a prefeitura tenta encampar. O primeiro deles, que levaria recursos do Fonplata, “está na pequena área e sem goleiro”, disse o prefeito explicando que o projeto foi aprovado em todas as etapas e depende agora do Senado. Trata-se de uma intervenção no Imbirussu-Serradinho, que vai desde o bairro Nova Campo Grande, com implantação de um parque linear com tamanho duas vezes e meio maior que o Sóter, chegando ao José Abraão. O projeto prevê também pavimentação de bairros vizinhos, como Jardim Aeroporto e Jardim das Meninas, por exemplo.
Outro projeto, desta vez que seria financiado com recursos do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) é mais voltado ao desenvolvimento econômico da cidade. A idéia é fazer uma intervenção desde a frente da Morada dos Baís até a Estação Ferroviária de forma que cada quadra do trecho homenageie uma das colônias que contribuiu para o desenvolvimento da cidade: italiana, espanhola, árabe, japonesa, portuguesa, paraguaia e boliviana. Além disso, a prefeitura quer implantar a “Orla Morena”, a partir do fim da Via Morena, na altura da Praça das Araras, com implantação de pista de caminhada, ciclovia, área de lazer, mirante e ao fim do percurso, a idéia é criar um projeto temático, abordando o Pantanal, para o qual Trad foi ao Rio de Janeiro, pedir auxílio ao arquiteto Oscar Niemeyer, que deve enviar seus dois netos a Campo Grande para atender ao pedido de Trad.
O último dos três grandes projetos, que Trad destacou estar mais distante que os que pleiteiam recursos do Fonplata e BID, é a revitalização do asfalto do centro da cidade e troca de 162 pontos de sinais de trânsito. “Hoje não pode dar uma chuva que cai tudo no amarelo. Isso acontece porque nosso sistema é muito velho e não conversa entre ele. Por isso não temos a onda verde”, observou o prefeito. No caso deste projeto a primeira visita técnica já foi feita com aprovação. A programação prevê, ainda, revitalização da Avenida Júlio de Castilhos, Avenida das Bandeiras e a Ernesto Geisel, a exemplo do que foi feito com a Eduardo Elias Zahran.
Trad também falou sobre a proposta de revitalização do centro de Campo Grande. Como envolve muitos lojistas, disse, o consenso está difícil. A idéia é abranger o quadrilátero compreendido entre as ruas Calógeras, 13 de maio, 14 de julho, Afonso Pena e a Antônio Maria Coelho. Com a revitalização, as fachadas de lojas seriam organizadas, as calçadas padronizadas e os fios ficariam subterrâneos, trazendo harmonia visual.
No PAC (Plano de Aceleração de Crescimento), do governo federal, a previsão é de intervenção em duas áreas da cidade. Uma compreendendo o córrego Cabaça, próximo à Spipe Calarge até chegar atrás do Atacadão, urbanizando o fundo do vale e ligando dois extremos da cidade. Ouro ponto é o córrego Segredo, um projeto maior que prevê implantação de parque e ciclovia, chegando à avenida Coronel Antonino.
Trad respondeu perguntas de corretores de imóveis e destacou a importância do envolvimento do setor na construção da cidade. “O nosso maior legado é a inclusão das pessoas no processo de transformação da cidade”, disse. Pincelou assuntos importantes como o Anel Rodoviário, que agora só precisa fechar o trecho saída para Rochedo- saída para Cuiabá e o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). Sobre o IPTU, o prefeito destacou que o programa “IPTU Azul” lançado no começo deste ano rendeu a receita de outro IPTU e levou a adimplência a 73%. Na Emha o salto foi de 40% a 67% de adimplência. “Não adianta empurrar goela abaixo o aumento de imposto, a população tem que ver o retorno do dinheiro pago”, disse.
Campo Grande é uma das cidades brasileiras que pleiteiam sediar fases da Copa do Mundo de Futebol de 2014. Trad disse que se a cidade ficar entre as escolhidas pretende agilizar o projeto para implantação do metrô de superfície, na Via Morena, onde há um espaço passível deste projeto, com largura de 6 a 9 metros.
O prefeito afirmou que seu grande desafio ao assumir a administração foi cuidar da questão da drenagem, para barrar as chuvas e disse que as ações desenvolvidas estão surtindo efeito. “Nossa cidade está enxugando mais rápido quando chove”, disse.