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Terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Urbanismo verde pode ser aliado ao combate às enchentes

Felipe Guerra e Débora Ciociola*


Para além dos piscinões, reservatórios que captam o excesso de água das chuvas nos bairros, existem soluções urbanísticas multifuncionais e integradas ao meio ambiente que as cidades podem adotar para evitar os alagamentos que acontecem com bastante frequência na estação chuvosa, entre outubro a março, no Brasil.


Os sistemas integrados de drenagem de água com jardins, canteiros de chuva, parques e lagoas artificiais são alguns exemplos para se resolver a questão do escoamento de chuva e, ao mesmo tempo, importantes para se entregar um equipamento de lazer para a comunidade.


A ampla funcionalidade das soluções verdes integradas foi comprovada em Curitiba. No final de outubro, a capital paranaense foi castigada por fortes chuvas e o Parque Barigui (um dos cartões-postais da cidade) foi severamente atingido pela enchente.


Mas o sistema de drenagem do Barigui foi projetado para receber o excesso de água do rio de mesmo nome e evitar o fluxo para as áreas residenciais. Por isso, alguns dias depois da enchente, o local estava praticamente “recuperado” e voltando a receber pessoas.


Outros parques curitibanos também foram projetados em áreas estratégicas para receber o excedente de água das chuvas. A solução curitibana está dentro do conceito de “cidade-esponja”, que consiste no uso de equipamentos verdes, como jardins e canteiros que cumprem a função de micro drenagem da água, e parques com lagoas para formar o ecossistema de macrodrenagem, que atuam como canalizadores da água excedente da chuva.


Todo o sistema é um mosaico verde, que atua com macro e micro drenagem integrados à paisagem. E a multifuncionalidade se reflete na melhora da saúde preventiva e qualidade de vida da população. Então, pensar em uma solução verde integrada cria resultados multifuncionais.


A diferença entre um piscinão de concreto enterrado e um parque aberto para as pessoas é poder oferecer uma solução funcional que proporciona lazer e integração ambiental gastando muito menos. O investimento em um sistema de drenagem integrado é infinitamente menor.


Novas infraestruturas verdes podem ser construídas em bairros prontos. As soluções sustentáveis também devem estar vinculadas ao bioma local. Em um projeto verde integrado, pode-se incluir uma ou outra planta exótica, mas é importante que a flora seja do bioma local para ser resiliente e permitir que pássaros e outros animais coexistam e circulem melhor. 


*Felipe Guerra e Débora Ciociola são arquitetos do Jaime Lerner Arquitetos Associados (JLAA).

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Fonte: Redação - Foto: Prefeitura de Curitiba